terça-feira, 20 de novembro de 2012

Thor


Bom, contarei a história de como encontrei o meu cão Thor.  Fazia um bom tempo que eu estava prometendo isso e enfim cumprirei, pois promessa é dívida. =D
Então Let’s go! o/

Março de 2010:
Manhã nublada, do jeitinho que eu gosto, começo de semestre, tudo estava favorável para passar a tarde toda em casa. A preguiça tava comendo solta e meu plano era matar aula!
Aproximadamente 11:30 da manhã, Ju passou na minha casa, assim como de costume para que rumássemos à ETEC.
LOL Verdade seja dita. Bia também já foi V1D4 L0k4!
Conversa vai, conversa vem, caminhávamos para o ponto de ônibus. Lembro como se fosse ontem o nosso diálogo:

Bia: “Poxa Ju... Mow chato hoje, não tô com vontade de ir pra ETEC não... Vamo matar aula?? =D”

Ju: “Ah BIXAAAAAA, se você não vai, eu também não vou não!”

Bia: “Ah, beleza! Mas poxa... Se eu chegar lá em casa agora, meu pai vai brigar comigo (pai de férias na época)... Temos que dar uma desculpa!”

Ju: “Ihu, se lascou então! HAHAHAHAH.”

Bia: “Ah, vamo até o ponto de ônibus pelo menos, lá a gente vê o que faz...”

Ju: “Tá certo!”

No meio do caminho, começou chover. Como a Ju sempre foi bem prevenida, já foi sacando o guarda-chuva da mochila, até que eu falei:

“NAAAAH!!!  ESSA É A NOSSA JUSTIFICATIVA PRA VOLTAR PRA  CASAAA! VAMO TOMAR CHUVA! HOHOHO”

E assim a Ju acatou minha ideia. Caminhamos lentamente na chuva até o ponto de ônibus, para ali esperar um pouco e voltar pra casa com a já famigerada desculpa: “Aiii paiii, tomei chuva, por isso voltei pra casa... mimimi” << Adicione aí uma voz retardada.

Chegamos ao ponto e este estava lotado de gente, coisa anormal para o horário, mas não para um dia chuvoso. A chuva já tinha cessado e resolvemos dar um tempinho lá. Busão chegou e o pessoal começou fazer fila para entrar, foi então que eu ouvi um grunhido e isso me chamou a atenção.

Procurei de onde vinha aquele som que lembrava o de algum filhote, ou de cachorro ou gato, era uma reclamação de dor e eis que me deparo, ali no cantinho, deitado em uma poça de lama um pequeno cachorro, um filhotinho, um pequeno guri.

Fiquei uns instantes olhando o bichinho, o povo passava perto dele, mulheres com tamancas gigantescas quase pisando no pobrezinho e ele não fazia absolutamente NADA pra sair do lugar...
De início eu pensei: “Nossa que cachorro sonso... Não sai do lugar pra nada.”

Mas depois eu comecei me preocupar com a situação dele, pois ele estava deitadinho na lama, possivelmente com frio, magrinho, parecia não ter forças para nada.
Me aproximei, abaixei e comecei cutuca-lo... Comecei mexer com ele para ver sua reação e o povo no ponto ficou me olhando com uma cara tensa, aposto. Mas eu não tava nem aí. LOL

Pra quem salva inseto na rua, salvar um cachorro não é nada LOL

Tentei deixa-lo de pé, mas o filhote não tinha força nas pernas, caía direto, não andava, nem forças para se arrastar ele tinha. Achei que ele tivesse alguma doença contagiosa e fiquei com medo de ficar com a mão nele...

Dó pra lá, dó pra cá. A Ju também estava mobilizada com o animal. Se eu simplesmente fosse embora e largasse ele lá, eu tinha certeza que ia me arrepender pelo resto da minha vida, então com força, vitalidade e energia da juventude me virei para a Ju e falei:

LEVAREMOS PARA CASA!” o/ [imagine a imagem de um super-herói e insira aqui]

A Ju não podia ter cachorro e eu já tinha a Lara, mas meus planos eram ficar com o pequeno só por um tempo até ele ficar forte e depois doá-lo para alguém.
Sem pensar duas vezes, a Ju pegou minha mochila e me deu a sacola onde estava guardado o seu guarda-chuva, ensacolei o cachorro e seguimos de volta para a casa. LOOOOL

Sim, eu tava com um pouco de nojo daquele cachorro doente, eu confesso!!! Por isso coloquei ele mesmo dentro daquela sacola. Mas a sacola que foi a salvação!!

O bichinho tava só pele e osso, mas mesmo assim, subir altas ladeiras com ele começou desgastar meus braços e a sacola também. Lol
No meio do caminho, comecei me cansar e o cachorro começou fechar os olhos...

Ju: “Não olhe para a luz! NÃO OLHE PARA A LUZ!”

Bia: “AAA VOCÊ TEM QUE VIVER!! EU TÔ CARREGANDO UM CACHORRO DESCONHECIDO NUMA SACOLA, TODOS ME OLHANDO, EU CORRENDO RISCO DE PEGAR UMA DOENÇA DE VOCÊ.... FIQUE VIVO! TODO MEU ESFORÇO NÃO PODE SER EM VÃO, SEU INFELIZ!”

Ju: “Bia, não vamos deixar ele fechar os olhos, senão já era!”

Bia: “Imagina só se ele morre nos meus braços... Aí eu me ajoelho aqui no meio da rua com ele no colo e grito ‘NÃÃÃÃÃÃOOOOO’, aí tudo à minha volta fica escuro e só uma luz ilumina eu e o cachorro, aí a alma dele sai... AHEAHEUAHEUAH pult’z que daora Ju! Seria igual desenho! HAHAHAHA”
Ju:HAHAHAHAHA Poxa Bixa!!! Será que isso vai acontecer???” LOOOOL

Bia: “Puxa será?! Lol Ah não! Não pode, não pode... Eu nem conheço o cão ainda, mas mesmo assim...”

Ju:É, não pode... Não olhe para a luz!”

Bia: “Se ele viver eu já sei como chama-lo. Ele será Thor! Crescerá bem forte e honrará o nome!”

Chegamos em casa, meu pai estava indo levar o meu irmão na escola.
Eu fiquei com medo dele reclamar de algo, mas como ele é uma boa pessoa, deixou o cachorro em casa e nada falou. Saiu com o Biel.

Ju e eu tratamos de pegar um pouco de ração da Lara pra ele, arrumamos uma caixa, colocamos uns panos e eu joguei ele lá dentro. Lol

No começo eu fiquei com mais medo é da minha mãe. Não sei, achava que ela fosse brigar comigo ou algo do tipo, mas quando ela chegou em casa, falou que jamais poderia me ‘esculhambar’ por ter trazido um animal machucado pra casa, porque fazer o bem é algo importante que muita gente se esquece de fazer, tem vergonha ou até mesmo medo de represálias de outras pessoas por conta disso. Mas deixou claro que ele ficaria aqui só até ficar melhor.

Dias passaram, de vez em quando dava uma olhada, um pouquinho de leite, ração, água e até banana pra ele (hoje em dia ele adora) e assim aconteceu. Foi a partir daí que ele começou se firmar e andar de pouquinho em pouquinho.

Dia após dia, hoje ele é saudável e continua aqui, se tornou realmente forte, anda destruindo tudo, bagunçando tudo, já foi pai e mesmo de forma desajeitada já consegue andar.
Descobrimos que ele sofre com um problema de coluna, por isso que não consegue andar direito, provavelmente alguém machucou suas costas naquela época.
Mesmo com esse problema de não ter muita força nas pernas e ficando em pé durante pouco tempo, ele consegue correr e tem um equilíbrio considerável. Acho que ele tem uma vida feliz. =D

Aí está o Thor, o cão do latido de trovão. No final de tudo o nome casou perfeitamente. XD